quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Bebendo



A terra sedenta absorve a chuva
E bebe e arfa, para beber outra vez
As terras sugam a terra, e são
Com a constante bebida frescas e justas
O mar em si mesmo (qualquer um que poderia pensar
deve ter uma pequena necessidade de beber)
Bebe dez mil rios
Tão cheios que eles transbordam o copo
O sol ocupado (aquele suposto
ardente de bêbado não encara nada menos)
A lua e as Estrelas bebem o sol
Elas bebem e dançam por suas próprias luzes
Elas bebem e revelam toda à noite
Nada na natureza é encontrado sóbrio
Mas uma saúde eterna vem por aí
Enche a bacia, então, enche tudo
Enche todos os copos ali - para quê
Toda criatura deveria beber mas eu?
Por quê, homem de moral, me diga o por quê?


Abraham Cowley


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